terça-feira, 31 de maio de 2011

1985 foi um ano interessante!

1985 foi um ano bastante interessante. Muitas pessoas falam que não se lembram de muita coisa antes dos 10 ou 15 anos. Às vezes sinto-me privilegiado por poder me lembrar de coisas de meus anos de calças curtas. E esse foi um ano que marcou. Minha primeira ida à Curitiba, minha primeira ida à praia. Meu primeiro ano na escola regular. Lembro-me que a compra do material escolar foi feita em Curitiba, em uma loja imensa com todo o tipo imaginável, pra uma criança de 5 anos de uma cidadezinha de 7 mil habitantes, de material escolar. Aposto que se retornasse para tal loja hoje, talvez não fosse tão grande assim. Engraçado como as coisas parecem tão maiores quando somos tão pequenos, não?

Foi também a primeira vez que fui a um cinema, assistir ao The Goonies, em inglês, e como ainda não sabia ler, não entendia nada. Mas a magia do cinema, minha estupefação com a telona e o som alto saindo de todos os lugares ao mesmo tempo, e mais a imaginação de uma criança de 4 anos, cumpriu todo seu papel.

Esse foi o começo do an, que transcorreu normal, com novas experiências e aprendizados, muita bagunça, algumas saudáveis palmadas corretivas e tardes de domingo passadas em frente à única sorveteria da cidade.

Ao final do ano aconteceu meu primeiro acidente automobilístico. O pessoal mais jovem da cidade resolveu ficar andando em um jipe e eu entrei no meio, pois era uma criança intrometida, e se existia bagunça, eu tinha que estar no meio. Resolveram ir para a estrada e fui junto. A fazer uma curva, a moça que estava dirigindo, abriu muito, e o jipe virou caindo em um buraco de aproximadamente 2 metros e meio de profundidade, em câmera lenta. Enquanto o jipe virava, eu pulei, e cai em um lamaçal fazendo o característico som: ploft. Estava com lama até os joelhos e ao retirar o pé da lama, eis que meu par de chinelos, novo, presente que veio com a recomendação de não perder à custa de palmadas adicionais, ficou preso.

Um dos meninos ficou com o braço preso embaixo do jipe. Então a imaginação entrou em ação e comecei a imaginar o veículo explodindo. Minha reação foi correr muito, chegando em casa esbaforido, sujo e descalço. Falei três frases: Mãe, O jipe virou. Perdi meu chinelo. O Edivaldo ficou preso debaixo.

Felizmente o incidente custou o braço quebrado do meu amigo, as clavículas quebradas da motorista e meu par de chinelos, nada mais grave. Isso foi em 22 de dezembro de 1985. Um ano, com certeza bastante interessante...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Piratear ou não Piratear? É essa a questão?


Já há algum tempo em que se iniciou uma séria discussão que vai um pouco além da simples pirataria. Começou com o Napster e a polêmica com as grandes gravadoras, mas antes já existia outras maneiras, não tão intensas, de se compartilhar conteúdos. No caso da música, ficou bastante evidente, pois a pressão das gravadoras foi forte, mas a pirataria se extendia a todos os tipos de produtos culturais. E nesse ponto é que me torno polêmico, acreditando que, assim como grandes obras e até mesmo cidades, são considerados patrimônios da humanidade, os produtos culturais também são. E sabemos que o mercantilismo cultural somente dificulta o acesso, e se o acesso é difícil, não adianta se discutir sobre aumentar o nível cultural da população em geral.

Vem então o Kazaa, Emule e outros, surge o Torrent. A discussão continua. Cria-se então o chamado Copyleft, uma brincadeira no nome quanto ao Copyright, mas um movimento sério que ganha cada vez mais força. Cantores saem de grandes gravadoras e até mesmo se recusam a falar contra a pirataria. Por outro lado temos bandinhas de qualidade questionável que fazem a maior balburdia ao encontrar cds piratas em cidades do interior... por que não o fazem na 25 de março em Sampa?

E os anos passam. Há cerca de três anos foi produzido o primeiro filme usando o Copyleft, lançado nos grandes sites de download, e exibidos em pequenas salas da Europa: Nasty Old People. E é um filme de qualidade, ainda que não conhecido amplamente e não concorrente aos grandes festivais da sétima arte comercial.

Corre a lenda que há algum tempo, o próprio Paulo Coelho teria disponibilizado suas obras em formato digital através de sites pela web. E essa semana virou notícia através de um texto em que diz para piratearem suas obras. Mais um que aderiu ao Copyleft. O caso já conhecido de Tropa de Elite, que após a polêmica com a disponibilização do filme na web antes mesmo do lançamento, e que após isso gastou quase zero em divulgação e teve um excelente lucro nas salas de exibição, mostra que o copyleft pode ser usado em favor dos produtores. Recentemente também temos A Banda Mais Bonita da Cidade, cuja qualidade musical não menciono pois conheço pouco ainda, mas que se tornou amplamente conhecida através do YouTube e redes sociais.

A finalidade desse texto não é defender a pirataria, apesar de ser um aberto defensor do Copyleft, mas sim trazer mais algumas reflexões sobre o assunto.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Christine



A música no começo é Bad to the Bone. Primeiros 10 minutos ela matou um e feriu outro, antes mesmo de sair da montadora. Estou falando dela. Christine. Christine é um filme e um livro, filme de 1983 baseado em um livro homônimo escrito por Stephen King e publicado no mesmo
ano. Se trata sobre um carro Plymouth Fury
1958 possuído pelo demônio. O Carro conserta a sí próprio e sai cometendo assassinatos.
Lembro-me de ter assistido ao filme pela primeira vez ainda na infância e me lembro de ter gostado, apesar de não saber nada ainda sobre Stephen King. Quanto ao livro, foi um dos primeiros que comprei
de meu próprio bolso, aos quinze anos de idade , quinze anos atrás. Uma edição antiga, livro usado, capa toda
vermelha, impresso em papel jornal. Um amigo ainda comentou sobre o filme, do qual até então não me lembrava. A leitura demorou a acontecer, pois sempre havia algo mais "urgente" a ser lido, mas aconteceu quando passava férias na casa de uma tia, e nada tinha a fazer, a não ser
passar o dia lendo. Foi uma leitura tranqüila, como apreciar uma
sobremesa farta e de sabor singular. Enquanto lia, ia lembrando do filme, buscando em algum recanto da memória as imagens cinematográficas que tinham relação com as palavras que estava lendo.
Assisti novamente ao filme e estou ansioso para reler o livro e comparar as versões literária e filmada e recomendo ambos a quem gosta do gênero suspense.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A Estrada para Gandolfo, um livro WTF!!


Robert Ludlum (1927-2001), entre outras obras, escreveu Conspiração Bourne, Identidade Bourne (viraram filmes), O Mosaico de Parsifal e mais...Mas um de seus livros é um livro WTF (leia-se Uarafóki)... A Estrada para Gandolfo. Só de retirar o livro da estante me preparo para o riso... Olho para a capa, relembro algumas passagens e o sorriso me surge à face. Sento-me, não posso continuar em pé com cara de bobo em frente à estante. Releio "Duas palavras do Autor" e o Prólogo e eis que surge o primeiro momento WTF... não posso continuar; uma força me impulsiona a levar o mouse até o ícone do editor de textos e estas palavras começam a fluir.

É um livro simples, uma narativa dinâmica; em meio a uma grande correria, finalizei a leitura, lembro-me agora, de suas 321 páginas (edição antiga, letras pequenas) em um final de semana. Só parava para tomar banho, pois nesse específico momento íntimo o livro poderia se molhar, e para me dobrar aos risos a cada momento WTF que o livro contém. E pegava-me desprevenido a todo momento, na mais séria das situações eis que "WTF, Eu... Não... Acredito... ?!?!?!?!" e só continuava a leitura após passar a crise de risos.
Poucos livros criaram em mim tal sensação de leveza e liberdade, a ponto de poder rir madrugada afora sem me importar com os dormentes vizinhos. Um deles, livro, não vizinhos, lembro-me, "Um Capitão de Longo Curso", de Jorge Amado, cujo final é um grande WTF. Passei três dias rindo após terminar a leitura. Na segunda vez que o li, já havia perdido um pouco da graça trazida pela surpresa, então ri somente uma tarde e parte da noite, pois sonhar com gargalhadas não conta.
Estou aqui, agora, com Estrada para Gandolfo em minha frente, pensando em como terminar rapidamente as tarefas diárias imediatas e deixar um monte de coisas para amanhã e poder sentar em minha poltrona e reler esta preciosa obra literária!