segunda-feira, 30 de maio de 2011

Piratear ou não Piratear? É essa a questão?


Já há algum tempo em que se iniciou uma séria discussão que vai um pouco além da simples pirataria. Começou com o Napster e a polêmica com as grandes gravadoras, mas antes já existia outras maneiras, não tão intensas, de se compartilhar conteúdos. No caso da música, ficou bastante evidente, pois a pressão das gravadoras foi forte, mas a pirataria se extendia a todos os tipos de produtos culturais. E nesse ponto é que me torno polêmico, acreditando que, assim como grandes obras e até mesmo cidades, são considerados patrimônios da humanidade, os produtos culturais também são. E sabemos que o mercantilismo cultural somente dificulta o acesso, e se o acesso é difícil, não adianta se discutir sobre aumentar o nível cultural da população em geral.

Vem então o Kazaa, Emule e outros, surge o Torrent. A discussão continua. Cria-se então o chamado Copyleft, uma brincadeira no nome quanto ao Copyright, mas um movimento sério que ganha cada vez mais força. Cantores saem de grandes gravadoras e até mesmo se recusam a falar contra a pirataria. Por outro lado temos bandinhas de qualidade questionável que fazem a maior balburdia ao encontrar cds piratas em cidades do interior... por que não o fazem na 25 de março em Sampa?

E os anos passam. Há cerca de três anos foi produzido o primeiro filme usando o Copyleft, lançado nos grandes sites de download, e exibidos em pequenas salas da Europa: Nasty Old People. E é um filme de qualidade, ainda que não conhecido amplamente e não concorrente aos grandes festivais da sétima arte comercial.

Corre a lenda que há algum tempo, o próprio Paulo Coelho teria disponibilizado suas obras em formato digital através de sites pela web. E essa semana virou notícia através de um texto em que diz para piratearem suas obras. Mais um que aderiu ao Copyleft. O caso já conhecido de Tropa de Elite, que após a polêmica com a disponibilização do filme na web antes mesmo do lançamento, e que após isso gastou quase zero em divulgação e teve um excelente lucro nas salas de exibição, mostra que o copyleft pode ser usado em favor dos produtores. Recentemente também temos A Banda Mais Bonita da Cidade, cuja qualidade musical não menciono pois conheço pouco ainda, mas que se tornou amplamente conhecida através do YouTube e redes sociais.

A finalidade desse texto não é defender a pirataria, apesar de ser um aberto defensor do Copyleft, mas sim trazer mais algumas reflexões sobre o assunto.

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