domingo, 10 de abril de 2011

The Secret of Kells

Aprendi uma coisa no teatro: existe a história e existe a arte, e um bom ator pode transformar uma bula de remédio em poesia ou causar risos na platéia. Isso se aplica a todos segmentos artísticos onde existe a narração: existe a história e a maneira de contar, que transforma uma história simples em uma obra de arte.

Não me interessei muito a princípio quando comecei a assistir à animação The Secret of Kells (2009), uma história bastante simples e uma animação aparentemente mal feita, parecida com animações dos anos 70. Com o decorrer da história, no entanto percebi o que é o segredo de Kells.


Em uma produção conjunta entre Irlanda, França e Bélgica (mencionam um estúdio brasileiro nos créditos) e outros países, essa animação conta a história de Brendam, um garoto que vive com seu Tio em um monastério que está em uma zona de risco de ataque por parte dos Vikings. Nesse monastério os monges têm duas ocupações: copiar livros e desenhar iluminuras e construir a muralha que esperam conter o ataque iminente dos Vikings. Até então já havia percebido que o desenho e animação era mais do que aparentava e neste ponto fica evidente que o desenho reproduz o estilo das antigas iluminuras monásticas, mesclando muitos elementos novos.

Com a chegada de Aidam, trazendo um famoso livro incompleto, Brendam então começa algumas incursões fora das muralhas do mosteiro, onde aprende mais com "as árvores e rochas" do que com qualquer livro, e conhece Aisling, uma menina fada que o ajuda em sua jornada pela descoberta de um novo mundo. O filme mescla a cultura monástica da iluminura com elementos pagãos, sem nenhum tipo de julgamento de valores, e essa mistura fica evidente no enredo, nos desenhos e mesmo na trilha sonora.


O que posso dizer é que The Secret of Kells, em sua simplicidade, me empolgou como muitos filmes e animações não têm feito ultimamente.

http://www.thesecretofkells.com

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